MANUEL "ALZHEIMER" ABRANTES

O destino tem destas coisas. Num dia estamos cheios de saúde noutro…ela esfuma-se por entre os dedos. Foi o que aconteceu a Manuel Abrantes, ex-provedor da Casa Pia, arguido no famoso processo de pedofilia.
O pobre homem fartou-se de clamar justiça, apontou a dedo quem o acusava e prometeu aos jornalistas que quando se sentasse no banco dos réus diante a Juíza Ana Peres diria tudo, estava inclusive ansioso com a chegada do momento em que seria chamado a depor para, duma vez por todas, demonstrar a sua inocência. Porém…
Porém quis o destino que assim não fosse. Nas vésperas de dia tão esperado Manuel Abrantes sofreu o mais repentino e fulminante ataque de Alzheimer de que há memória na história da medicina a nível mundial esquecendo por completo toda a sua vida durante o período em que geriu a instituição.
Já alguma vez teria circulado a 140-150 kmh em auto-estrada? Não se lembra. Porque razão tinha 3 processos disciplinares de “Bibi” consigo? Não se lembra. Porque razão tinha em sua casa 1 cópia de um relatório de segurança? Não se lembra. Porque razão a sua companheira tinha em casa uma lista onde constavam os nomes de vítimas e testemunhas do processo? Não se lembra. Porque razão negou conhecer os ditos nomes à tarde se já os tinha mencionado de manhã? Não se lembra Porque razão tinha 5 números de telefone de “Bibi”? Não se lembra. Porque razão ligou para “Bibi” 45 vezes entre 1998 e 2001 quando para os restantes condutores da Casa Pia apenas ligara duas ou três? Não se lembra.
Resta-nos esperar que o processo chegue ao fim para então, certamente com a memória já totalmente restabelecida, escrever o livro com a sua visão dos acontecimentos onde todas estas perguntas serão respondidas provando de uma vez por todas que foi mais uma das vítimas da Cabala.