Angustias, decisões e outras considerações

Euro-milhões – Quando se soube que fora numa papelaria de Odivelas que se registara um dos boletins afortunados com o grande prémio do Euro-milhões, dezenas de pessoas reuniram-se em torno do local para… ver não se sabe o quê. Que se passa com os portugueses? Qual é o estereotipo do gajo que chega a casa e diz para a mulher: “Maria, cancela o almoço. Foi numa papelaria de Odivelas que saiu o grande prémio! Veste-te porque temos de ir para lá… olhar para alguma coisa, mas despacha-te para conseguirmos os melhores lugares!” Que se passa? Terei saído a meio do filme?
Para quem receia um ataque terrorista em Portugal fica aqui um pequeno consolo: Políticos corruptos, sacos azuis, apitos dourados, inflações galopantes, crime, fugas de prisões, fugas fiscais, fugas de verbas para a Suiça, telenovelas, incêndios, fábricas de pirotecnia a explodir. – Que poderão os terroristas vir cá fazer?
João César Monteiro Realizou uma das maiores obras de sempre na história do cinema universal. Usando dinheiros estatais para o apoio à arte, filmou “A branca de neve” com a particularidade de se ter esquecido retirar a tampa da lente da câmara antes de começar a gravar. O resultado foi… hora e meia de tela negra. Desde então, já fiz três filmes que enviei para o Instituto Português do Cinema: O Titantic (2002) gravado na minha banheira, O resgate do soldado Raiam (2003) gravado na Praia da Rocha (com conchas verdadeiras) e o Roqui 6 (2004) gravado na despensa que, obviamente, teve que ser vazada para tal efeito.
Até agora ainda não me responderam.
Não é fácil fazer compras. Temos que decidir em tão pouco tempo aquilo que realmente nos faz falta. Pedem-me para ir ao supermercado comprar ovos, mas por alguma razão, esqueço-me se queriam ovos da Aviludo ou ovos de chocolate da Kinder. Decisões, decisões, decisões…
Reflexão da semana: Há uma coisa que não consigo entender. Porque razão os ventríloquos não tiram o dedo do cu dos bonecos?

Foto: O sorriso do fulano também não me inspira confiança.