A ENTREVISTA QUE FALTAVA A JOSÉ CASTELO BRANCO
BBK - Então conte lá como foi que o agarraram. Foi denunciado pelo detector de metais?
JCB - Credo, nada disso! Eu não sou desses! Olhe tudo se passou no avião quando me debrucei pela janela para apanhar um pouco de ar fresco e me desiquilibrei devido ao peso dos medalhões que trazia ao peito. Graças a Deus fui agarrado por 2 hospedeiras que foram muito simpáticas. Entretanto veio o Comandante, um bruto sem maneiras, e implicou comigo dizendo que não tinha nada que abrir a janela e que as jóias que trazia comigo eram falsas, imagine-se!
BBK - Depois denunciou-o às autoridades terrestres.
JCB - Exactamente! Imagine que fui tratado como se fosse um terrorista. Eu que sou um homem moderno, que pinto as unhas e rapo os sobrolhos!
BBK - Não me diga!
JCB - Digo, pois! Bem que a minha Beti me avisou: "Ò filho, vê lá não dês nas vistas!"
BBK - Foi então revistado?
JCB - Completamente! Da cabeça aos pés e nem as minhas cavidades mais íntimas foram poupadas à devassa. Até o coitado do meu Lulu desfaleceu perante tanta brutalidade e teve de ir imediatamente para o consultório do meu psicanalista canino!
BBK - Deve ter sido doloroso.
JCB - Nem por isso. Mas foi um pouco embaraçoso, afinal não conhecia os rapazes que me revistaram de lado nenhum.
BBK - Mas acharam alguma coisa ao menos?
JCB - Nada. Tudo o que trazia estava à vista.
BBK - Contudo, fala-se por aí que foi encontrado algo dentro de si.
JCB - Ah, grande coisa. A flauta de diamantes da Orquestra de Praga. Até me fizeram um favor pois já nem me lembrava onde a tinha deixado.