O RESCALDO NATALÍCIO

Mais um Natal sem receber o presente que mais anseio desde os 15 anos; uma Barbie à escala real. Este ano estive quase a conseguir trazer uma Bratz para casa, no entanto, a promotora do Toys R Us esquivou-se alegando compromisso tardio. Creio que não perdi nada. Alias, após breve reflexão, decidi que nem gostava dela; tinha umas longas unhas postiças de arquitectura gótica e cujo comprimento manifestavam claramente um empirismo exacerbado. Tudo não passou, afinal, de uma breve paixoneta por um par de calças amarelo látex. Uma das melhores prendas que recebi foi o livro do José Saramago, “As intermitências da morte”, não totalmente inesperada. À minha filha de cinco anos, ofereci um livro autografado da Paula Bobone; a miúda é maluca pelas personagens da família Adams. Quanto ao autógrafo, é forjado. A dedada é minha.
A nível internacional, recebi com grande consternação a noticia que Babá Pitá, uma das cidadãs mais profícuas da Comunidade europeia e do país, está inconsolável depois de ter perdido uma Tupperware cheia de pastéis de galinha na festa de Natal do Herman. Testemunhas afirmam que terão visto João Rolo sentar-se em cima desta antes de desaparecer. Contudo, não há provas. O Zé Sócrates, veio à televisão e prometeu muito empenho por parte do seu Governo. Aqui, fiquei preocupado. O melhor seria eles não se esforçarem tanto porque lá diz o ditado: Para pior, antes assim!
Quanto à festa propriamente dita, dei mostras da minha versatilidade económica ao organizar um jantar de Natal para cerca de 20 pessoas com apenas 200 gramas de bife de vaca que, três injecções de bottox depois, já não cabiam na cozinha e ainda sobrou um guarda-fato de carne para dar ao cão do vizinho.

p.s. O cão do vizinho está muito esquisito; começou a cantar baladas do Nel Monteiro e está com os olhos do tamanho de dois tomates maduros. O vizinho, entretanto, desapareceu.

Agora… vou voltar para a festa.