Julieu & Romieta

Este bailado completa a trilogia da obra original de Francis.

- Romieta, pode haver um impedimento à consumação do nosso amor!
- O quê? Os pastéis de bacalhau têm demasiadas espinhas?
- Não, credo! Espero que não! Mas soube agora que a tua mãe quando engravidou de ti, teve um caso extraconjugal com o meu pai!
- Oh, meu Deus! Isso quer dizer que…
- Sim, podes não ser filha da tua mãe. Eu sei…
- Oh, meu Deus, isso é grave!
- Mas fica ainda pior. As nossas famílias no passado dedicaram-se ao regabofe, ao truca-truca e à troca de parceiros. Foi uma pouca vergonha generalizada. Nem o caniche da minha mãe escapou à devassa!
- Então, isso quer dizer que…
- Tanto quanto sei, podes até ser minha filha!
- Não pode ser. Para ser tua filha teria que ter…
- ‘Praí uns seis meses.
- Impossível. Eu sou uma mulher feita. Volta e meia, sangro por entre as pernas!
- Também eu! Mas vou ter que parar com isso. O médico proibiu-me de voltar a masturbar!
Romieta toma a porção mágica à base de óleo de Ouriço-caixeiro que a deixará inerte durante 500 anos. As suas últimas palavras são:
- Óleo de Tapir? Deves estar a gozar!
Julieu, ao ver a sua amada inerte no chão frio. Puxa a sua espada e enterra-a no peito caindo a seu lado.
Duas gazelas entram em palco e dançam à volta dos corpos. Por fim, caem mortas sem razão aparente. A seguir entram dois pinguins mas alguém os agarra antes que atinjam o centro do palco.
Romeu, ergue-se, então, com grande dificuldade – Não nos podemos esquecer que tem uma enorme espada atravessada no coração – e descobre espantado que não morreu. Pega numa pistola, dá um tiro na cabeça e volta a cair.
Romieta acorda, por sua vez, e fica desesperada ao descobrir que a grelha da programação voltou a ser alterada sem aviso prévio.
Cai o pano sobre Julieu, que solta um grito de dor ao ser atingindo por qualquer coisa contundente.
O fim é caótico. Os tambores rufam histericamente enquanto os pinguins fogem por todo lado mordendo tudo e todos.

Bom fim-de-semana!