O FASCISMO PÓS-MODERNO

Vive-se hoje num país que em cujo governo se auto-proclama democrático, pois chegou à cadeira do poder através de uma eleição popular. Tal como na Grécia antiga, os portugueses deveriam estar a celebrar os 32 anos de Democracia tão arduamente conquistada. Contudo, não é o hábito que faz o monge e não é certamente a forma como se chega à cúpula da governação que nos transforma em democratas imaculados; tão pouco a confiança em nós depositada deverá servir para nos desresponsabilizarmos mas sim para nos esforçarmos para ser merecedores dessa mesma confiança. Afinal Salazar não chegou ao poder através de nenhum golpe de Estado; O próprio Adolf Hitler foi eleito pelos seus conterrâneos num sufrágio democrático.
O Governo socialista de José Sócrates, conseguiu a sua eleição democrática às custas de mentiras ainda hoje bem presentes na mente de todos; Quem não se lembra do grande cavalo de batalha que foi a recusa do aumento dos impostos e as pensões mais justas para os idosos? Resultado; O IVA subiu para 21% e os idosos… Bem, tiveram o quê? Um aumento de 4 euros? Quem foi que levou aos píncaros o tema da descentralização e depois começou a encerrar de forma atabalhoada, Escolas, Centros de Saúde e Maternidades com a desculpa da falta de condições e a centraliza-las nas capitais de Distrito? Alguém ainda acredita que existam outros motivos para além da questão economicista por detrás destes malabarismos? Quem lançou esta nova taxa de resort de 5 euros por diária em Hospital publico? Quem decidiu agora atacar as Scut’s construídas com dinheiros da União Europeia? Que moral tem para avaliar o funcionalismo público aqueles que não admitem serem avaliados? Querem avaliar os professores? E quem avalia os Ministros? Afinal, a quem ou quantos interessa este fascismo de pantufas?
Fica aqui uma pequena informação que nos ajudará a esclarecer o tipo de país em que se vive. Talvez não seja o único factor culpado de crise, mas que dá um empurrão, disso ninguém tem dúvidas.

Com as eleições legislativas de 20/Fevereiro, metade dos 230 deputados não foram eleitos.Quando terminam as funções, os deputados e governantes têm o direito, por Lei a um subsídio que dizem de reintegração:- um mês de salário (3.449 euros) por cada seis meses de Assembleia ou governo.Desta maneira um deputado que o tenha sido durante um ano recebe dois salários (6.898 euros). Se o tiver sido durante 10 anos, recebe vinte salários (68.980 euros).Feitas as contas e os deputados que saíram o Erário Público desembolsou mais de 2.500.000 euros. No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou pensões de reforma (mesmo que não tenham 60 anos). Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com mais de 12 anos.Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:

- Almeida Santos ……………………… 4.400, euros;
- Medeiros Ferreira ………………….. 2.800, euros;
- Manuela Aguiar …………………….. 2.800, euros;
- Pedro Roseta ………………………….. 2.800, euros;
- Helena Roseta ………………………… 2.800, euros;
- Narana Coissoró ……………………… 2.800, euros;
- Álvaro Barreto ………………………… 3.500, euros;
- Vieira de Castro ……………………….. 2.800, euros;
- Leonor Beleza ………………………… 2.200, euros;
- Isabel Castro …………………………… 2.200, euros;
- José Leitão ……………………………… 2.400, euros;
- Artur Penedos …………………………. 1.800, euros;
- Bagão Félix …………………………….. 1.800, euros.
Quanto aos ilustres reintegrados, encontramos os seguintes:
- Luís Filipe Pereira …………………… 26.89, euros / 9 anos de serviço;
- Sónia Fortuzinhos …………………… 62.000, euros / 9 anos e meio de serviço;
- Maria Santos ………………………….. 62.000, euros /9 anos de Serviço;
- Paulo Pedroso ……………………….. 48.000, euros /7 anos e meio de serviço;
- David Justino …………………………. 38.000, euros /5 anos e meio de serviço;
- Ana Benavente ………………………. 62.000, euros/9 anos de serviço;
- Mª Carmo Romão …………………. 62.000, euros /9 anos de serviço;
- Luís Nobre Guedes ………………… 62.000, euros/ 9 anos e meio de serviço.

Actualmente, não se mata o corpo; Mata-se a vontade. Não se prende, Exclui-se! O Zé Povinho vai às urnas sem precisar da companhia do Senhor Guarda ou do Senhor Pide para o ensinar onde colocar a cruzinha. O Zé povinho já sabe escolher; tem a liberdade para o fazer e para passar os anos seguintes a reclamar da escolha feita.
Afinal, cada qual tem aquilo que merece.

p.s. Não estou a fugir da comédia. Isto dá mesmo vontade de rir!