Postes Natalícios 4 - O rescaldo

A viagem - Um insecto veio esmagar-se no vidro pára-brisas do carro. O problema foi porque que vinha atrás de mim a delegado da Quercus que assistiu ao ocorrido. Agora pretendem levar-me a tribunal por homicídio de um gafanhoto verde.
São várias as Patrulhas da G.N.R. que apanhamos na estrada. Tantas que a nossa primeira reacção é de surpresa ao constatar que ainda existem agentes da Brigada de Trânsito em liberdade. António Peres Metelo calculou que, se fizermos uma viagem do Algarve para Lisboa e encontrarmos 5 Brigadas pelo caminho, precisaremos de uma Furgoneta cheia de mantimentos para conseguir atingir a ponte sobre o Tejo e mesmo assim, corremos o risco de ficar sem as rodas do carro no cruzamento da Marateca.
A árvore de Natal gigante – É Maior da Europa e inversamente proporcional à qualidade de vida dos cidadãos europeus. Fiquei extasiado com a sua magnificência e espantado quando vi uma Rena junto à base. Só depois alguém me explicou que não era uma Rena mas sim o ultimo namorado da Elsa Raposo.
O Bacalhau - Não sei se repararam, mas o Natal é aquela altura do ano em que a maior parte da população cheira a Bacalhau. Novo ou velho, seco ou cru, calcula-se que graças à contribuição portuguesa este peixe sem cabeça poderá ficar extinto nos próximos 10 anos graças às nossas preferências olfactivas. Os noruegueses que são os nossos maiores fornecedores não o queriam nem para solas de sapatos, mas também são um povo muito esquisito e nem sabem falar como deve ser.
Faço um apelo aos portugueses; Em nome da preservação das espécies, parem com o bacalhau cozido à ceia natalícia. Existem outras opções igualmente deliciosas, tais como bacalhau à Brás, Bacalhau à Gomes de Sá ou Bacalhau assado no forno. Já se imaginaram na pele dum Bacalhau? “Que diabos temos nós? Porque razão os gajos daquele país estranho só nos comem a nós? Porque não fazem Atum à Gomes de Sá ou Espadarte à Brás? Filhos da puta!”

O Zé Sócrates – que foi a Belém entregar as prendas ao Presidente Cavaco. O encontro foi realizado tendo como som de fundo a canção do Tony Carreira, “Depois de ti, mais nada”. Trocaram-se elogios e Sócrates ofereceu-lhe como prenda no o sapatinho, mais 1300 trabalhadores da Opel no desemprego que, desta forma já não se queixarão de dores nas costas no final de cada dia de trabalho; tendo Cavaco retribuído com o seu importante combate contra a exclusão dos aleijadinhos, coitadinhos, que assim poderão encarar um futuro bastante mais risonho. No final abraçaram-se durante 15 minutos, correram lágrimas e o Primeiro-Ministro pisou acidentalmente o pé da Dama presidente, precisamente no local do joanete.
Aliás, no seu discurso natalício, Sócrates garantiu que Portugal está no bom caminho e que se criaram 56 mil novos postos de trabalho, coiso e tal. Foi óptimo porque tirou-nos um alívio das costas e os portugueses puderam ter uma ceia mais descansada. A razão porque metade dos portugueses sonha ir varrer o lixo para o estrangeiro continua um mistério.
Os Cardeais de Lisboa e Porto apelaram ao voto contra o aborto. Digo apenas que fiquei desapontado porque esperava que fizessem o apelo com um preservativo enfiado no nariz e não me vou alongar porque sou suspeito. Sou um daqueles excomungados que acham que os padres deveriam trabalhar como os outros para receberem o pão ao final do dia.
A minha indignação - Estou espantado com o que se passa no reino da lagartada. O Liedson escreveu um livro onde conta que o primeiro amigo que teve no balneário foi o Nelson, que brincava “aos beijinhos” com ele. Agora o Paulo Bento veio dizer que quem quiser ficar consigo, pode “montar-se às suas costas”. depois temos ainda a mariquice daquelas riscas verdes. Afinal de contas, isto é um clube de futebol ou uma Gay Parade?