O REGRESSO DO CANTIFLAS

É verdade, o Pinto voltou. Depois dum súbito desaparecimento de três meses, onde se terá recolhido a Espanha ou em casa da Juíza sua amiga, para digerir o livro da sua ex-mais-que-tudo, o líder do Clube do Apito Dourado regressou retemperado com os pulmões cheios de ar para o ataque à ponta final do campeonato. Disse e afirmou que afinal foi vítima duma cabala montada pelos jornalistas, os mesmos que o ouviram e lhe dão tempo de antena para disparar idiotices em todas as direcções. Foram os jornalistas que lhe minaram o terreno, arranjaram os cambalachos com os árbitros, o atiraram para as casas de Alterne do Reinaldo Teles e agora saltam-lhe em cima aproveitando-se da sua debilidade física e mental. O curioso é que o Pinto já não parece tão convicto da realidade que cria à sua própria volta; está pálido – Vigo é uma cidade fria – e, pior que tudo, esqueceu-se de mandar a boca do costume a Luís Filipe Vieira, o homem que aos seus olhos é a própria encarnação do mal. As coisas não lhe têm corrido bem. Ainda havia uma esperança de abrir uma garrafa de Champagne caso Portugal perdesse com a Bélgica, mas nem os jogadores lusos ajudaram e o Ricardo Quaresma até marcou um golo – mas quem autorizou o gajo a marcar golos pelo Scolari?
Pinto é o caso típico do português, homem que em terra de cegos é rei. Bate quando está na mó de cima e é o primeiro a fugir quando as coisas lhe correm mal. É um cobarde. Coloca-se à frente do pelotão quando a batalha está ganha, mas é o primeiro a esconder-se nos momentos difíceis. No entanto, reconheço que existe um pouco de Pinto da Costa em cada um de nós. Quem poderá atirar a primeira pedra? Quem poderá afirmar que não teve já atitudes de bate e foge? Quem já não mentiu, denunciou ou caluniou? Afinal, qual de nós não frequentou a Escola Primária?

A SONDAGEM DO COCÓ

A pseudo eleição do “português dos portugueses” realizada pela RTP teve como “grande” vencedor: Oliveira Salazar. Obviamente, se este resultado correspondesse à vontade expressa da maioria dos portugueses, a mudança de nacionalidade seria uma séria hipótese para os cidadãos honestos deste país que se recusariam a pertencer a uma nação que considerasse o maior dos seus criminosos como um exemplo a seguir. No entanto… Analisando o gráfico eleitoral actual, verificamos que só o PS detém mais de 50% do eleitorado e, sendo CDU e BE, respectivamente, a terceira e quarta forças politicas nacionais, faz com que quase 2 terços da população não seja grande aficionada da Politica da Sombra. E mesmo admitindo que a totalidade do eleitorado PSD e CDS-PP optasse pelo professor oliveirinha; juntos não chegariam a 40% da votação. Aliás, o verdadeiro suspeito, o CDS-PP é apenas o quinto Partido nacional e só recentemente adquiriu o estatuto de Força Partidária sobretudo graças às sessões de pugilato nas reuniões internas do mesmo.
Conclusão: O programa da RTP 1 vale pelo que vale; uma sondagem de cocó!