sábado, dezembro 13, 2008

UM POSTE DE NATAL

Diz a sabedoria popular que sempre que se pisa merda de cão, é sinal de dinheiro. Pois bem, se tal fosse indubitavelmente realis, neste momento, o moi même seria um dos homens mais ricos do país; Eu e muitos outros cidadãos diáriamente agraciados com aquela espécie de creme brulé canino que se agarra à sola dos sapatos, graças sobretudo ao quão nobre e elevado hígido espírito lusitano de meter o cão a cagar em porta alheia.
Objectivamente falando, merda de cão no sapato significa… merda de cão no sapato. Com os habituais factores dai inerentes; Porcaria, mau cheiro, ter que limpar com um pauzinho e de mola no nariz e, nos casos mais difíceis, limpar na alcatifa da sala-de-estar e arriscar-se a ouvir a Maria com as suas habituais implicâncias.
Na verdade, quanto muito, pisar merda dos dias que correm não é sinal de sorte, mas sim de azar. E se tivermos em conta a actual conjuntura sócio-económica; a exclamação mais provável que nos pode sair da boca sempre que se proporcione o encontro da dita cuja com a base do sapato é:
- Chiça! Pisei merda. Vou ficar no desemprego não tarda nada!
Logo seguida de:
- Bolas! Grande bosta de Pastor Alemão! O Sócrates deve ter tido mais uma grande ideia!
No entanto, este poste serve para vos desejar um Feliz Natal mesmo nos tempos difíceis que estamos a passar (quem o diz é o Presidente Cavaco e se ele diz, é porque sabe do que fala) e para lembrar os portugueses de que somos feitos duma fibra especial que nos torna resistentes como blocos de granito, não fisicamente porque eu até tenho aversão à dor, mas, espiritualmente. A nossa fé é inabalável e a nossa vontade anímica mesmo quando se parece de rastos, ergue-se reluzente como um Fénix imponente saído das cinzas. Os Europeus estão em crise há 12 meses; nós estamos em crise desde 1128 e continuamos aqui rijos e tesos (razão também pela qual muitos turistas nos visitam; Eles para apanhar sol e Elas para apanhar… portugueses em crise).
É certo que a nossa economia ainda não está no ponto (seja ele qual for) mas temos ilustres cidadãos a tratar disso; temos uma oposição enérgica através da imagem duma líder que inicialmente todos se queixavam de que não dizia nada; Agora querem calá-la e ninguém sabe como. Temos uma Ministra da Educação, também ela, uma resistente naquele jogo do Carlos Malato “Um contra todos”. É indiscutivelmente a única representante do Governo que reúne mais consenso à sua volta. Governo este, fortemente apostado em garantir que nos próximos 2 anos, todos os portugueses já terão ganho um Diploma do 12º Ano, sobretudo agora que também vão começar a sair nas Raspadinhas – Aliás, um pouco à imagem dos Diplomas de Engenheiro fast-click, Plug and Play.
Destaque-se também a genialmente visionária decisão de retirar as Maternidades dos Hospitais e mete-las dentro das Ambulâncias; apesar de algumas mentes menos afortunadas classifica-la de economicista. O único senão, prende-se com o facto – para além de alguns putos nascerem aos solavancos por causa dos buracos nas estradas e correrem o risco de saltarem pelas janelas dos carros – da falta de disponibilidade dos Bombeiros para atenderem outras chamadas de emergência, situação que poderá ser desbloqueada, muito provavelmente, quando for adjudicado aos Taxistas, o mesmo serviço de transporte de grávidas, desde que estes frequentem cursos de Parteiros em horário pós-laboral.
Enfim. Desejo-vos um Feliz Natal com a melhor prenda que se pode ter: Emprego. E porque não, também Amor, Saúde e chocolates. Que a Estrela da sorte ilumine todos aqueles de bom coração e que um raio fulmine esta corja politica que grassa o país (ou pelo menos que um Tornado os leve todos para Espanha).
Gostaria de vos dizer que o Ano próximo só poderá ser melhor, porque já batemos no fundo. No entanto, já o disse há um ano atrás e não me posso repetir. Creio que daqui a dois anos é que vai ser mesmo bom… dois ou três…
Obrigado por tudo.
Boas Festas e vejam lá onde põem os pés!

terça-feira, dezembro 02, 2008

Babalu, para pensar estou cá eu!

O Presidente português apelou em Torres Novas (linque) à “União dos portugueses”, um dos slogans cliché mais populares nos tempos de crise e que ficam sempre muito bem a quem os anuncia, sobretudo se forem pronunciados ao mesmo tempo que se mantém no rosto o ar sério de alguém que está devidamente preocupado.
Cavaco Silva deixou vincado que “ Para vencer, os portugueses têm de trabalhar mais e com mais qualidade”. Dando como exemplo, a sua inércia activa nos mais recentes casos de “peixeirada” no dito, Parlamento Regional da Madeira. Na altura, quando um dos Deputados foi impedido de entrar na Assembleia (e até a PSP ajudou à festa) o Presidente agiu da melhor forma que sabe e que os portugueses dele esperam: “É uma situação que se resolve por si mesma”. Afinal, outra coisa não seria de esperar – Nem é à toa que os contribuintes lhe pagam 4 ordenados mensais na volta dos 16 mil euros (Presidente + Banco de Portugal + Universidade Nova de Lisboa + Ex-Primeiro-Ministro) nem seria qualquer um que teria a capacidade intelectual para desvendar o mistério madeirense com tanta clarividência.
O Presidente acrescentou ainda que “tempos difíceis esperam os portugueses”; no entanto, não acrescentou nomes, e ficamos sem saber a quem se referia.
Convém também esclarecer os portugueses que uma das coisas que lhe tira actualmente o sono, para além das gaffes na Manela, é o exagero nos salários “desproporcionados” que são pagos aos gestores em Portugal (linque aqui) embora se esqueça de especificar se o seu está incluído na sua lista de preocupações. Talvez não. Afinal, 16 mil é um salário médio em Portugal e qualquer um neste país, pode trabalhar e receber 3 reformas ao mesmo tempo (Anda burro!!!)
Como nota de rodapé, acrescente-se que a semana que findou foi bastante trabalhosa, pois teve que ligar que ao Presidente indiano para lhe apresentar condolências pelos atentados de Bombaim. A resposta do Líder indiano foi enigmática: “Qué comprá frô?”


Terminou o Congresso do PCP e Jerónimo de Sousa sucedeu a… Jerónimo de Sousa.
A Odete Santos criticou severamente o sistema capitalista que impera, mas esqueceu-se de acrescentar que é este mesmo sistema capitalista que lhe paga os 3 mil eurozitos de “reforma” que recebe da Assembleia da Republica; Ela e todos os outros ex-Deputados agraciados com esta maravilhosa benesse do mundo capitalista.